EY (Ernst & Young)
Em termos de tendências impactantes no curto prazo, iremos assistir:
1 - Ao incremento do sharing economy, que proporciona melhores experiências, oportunidades de negócio e outras conveniências que estavam fora do alcance de muitos. O setor de hotelaria tem sentido o efeito do sharing economy, nomeadamente o Airbnb alterou a forma como as pessoas viajam. Verificamos nestas plataformas de peer-to-peer uma grande capacidade de se transformar, de se adaptar e desenvolver novos negócios. O crescimento destas plataformas de peer-to-peer pode ser uma ameaça ou uma oportunidade para a hotelaria tradicional.
2 - Ao crescimento do big data e Internet of Things (IoT). Espera-se que um número cada vez maior de dispositivos estejam ligados entre si, em que o propósito é a captura de informação. Efetivamente, no mundo atual, a indústria hoteleira capta enormes volumes de informação de várias fontes, estando o uso eficaz da análise de dados, através de ferramentas apropriadas, a mudar drasticamente a forma como os negócios de hotelaria são geridos. Investir em técnicas de análise de dados não só permitirá dar aos hóspedes uma experiência única, como também permitirá uma melhoria dos resultados operacionais de proprietários de hotéis e empresas de gestão hoteleira.
3 - Ao incremento da utilização da robótica, particularmente do RPA (Robotic Process Automation). O Robotic Process Automation poderá trazer importantes eficiências operacionais aos players do setor, nomeadamente nos processos administrativos e de back office, principalmente em processos mais rotineiros. Por exemplo, será possível automatizar todo o processo de compras, desde o pedido de encomenda até ao registo da fatura na contabilidade. Isso permitirá alocar as pessoas a novas tarefas produtivas.
4 - O fenómeno da globalização mudou a paisagem da hotelaria, com investidores internacionais, operadores e marcas a diversificar as suas carteiras de hotéis no exterior. Este facto levou ao aumento da concorrência no território nacional, mas impulsionou também a definição de estratégias que se querem diferenciadoras, muitas vezes potenciadas por conceitos mais digitais.
5 - Ao reposicionamento ou redefinição de estratégias de presença nas redes sociais, para potenciar vendas e marcar posicionamentos diferenciadores em diferentes mercados e segmentos. A monitorização das redes sociais será cada vez mais relevante e a capacidade de reação através de interligação com outros sistemas (CRM) criará diferenciação.
6 - No ambiente atual, os ciberataques são uma ameaça bem real para as organizações e é imperativo estas estarem preparadas para detetar, diagnosticar e mitigar os elevados danos patrimoniais e reputacionais que podem advir. Os recentes casos de violação de dados alertaram os executivos das empresas de todos os setores para a necessidade de colocar a cibersegurança como um assunto prioritário nas suas agendas.
7 - O impacto da adoção do Regime Geral de Proteção de Dados continua a gerar discussão no setor do turismo, em que é recolhido e utilizado um elevado número de dados de clientes e colaboradores. A estratégia de digitalização implica a gestão de informação de várias fontes, e importa perceber as limitações legais à utilização dessa informação e procedimentos de controlo a implementar.